VÍDEO em combate, escombros e fotos de armas: jovem que trocou oficina por guerra diz estar 'feliz com a experiência'

  • 20/09/2025
(Foto: Reprodução)
O Soldado publica vídeos gravados dentro dos combates Em meio a guerra na Ucrânia, João Ferraz, jovem de 28 anos que trocou uma vida tranquila em uma oficina mecânica de Serra Talhada, no Sertão de Pernambuco, para lutar no conflito de forma voluntária, registra diversos vídeos nas redes sociais onde mostra o lado real do conflito. Em um dos registros publicados, o rapaz mostrou uma troca de tiros durante um combate (veja vídeo acima). A publicação foi feita na quinta-feira (18), através da rede social Instagram. O vídeo acumula mais de 44 mil visualizações e milhares de curtidas. Segundo o jovem, o local onde o vídeo foi gravado não pode ser revelado para segurança da tropa e para evitar espiões russos. ✅Clique aqui para seguir o canal do g1 Caruaru no WhatsApp “Não posso revelar nada [de detalhes] sobre a missão ou o lugar por questão de segurança. Posto só os vídeos sem informação. A gente é constantemente vigiado pela Rússia”, contou João ao g1. Na mesma publicação da troca de tiros, diversos outros jovens parabenizaram o rapaz pela coragem e outros almejam em breve se juntar à tropa na guerra. “Minha honra, pai! Estou aguardando minha hora para se juntar a vocês”, comentou Luis Santos, um dos seguidores de João Ferraz nas redes sociais. Seguidores de jovem pernambucano voluntário na guerra parabenizam rapaz pelas publicações Reprodução/@cavera_99 Durante entrevista exclusiva ao g1, o sertanejo pernambucano revelou que a rotina é exaustiva e cheia de perigos. "Por incrível que pareça, estou feliz com minha experiência. Aprendi que devemos seguir nossos sonhos sem medo de dar errado ou de opiniões alheias”, desabafa João. Com a frequência das publicações, o número de jovens que tem interesse no conteúdo entram em contato. De acordo com o voluntário, entre as principais perguntas enviadas pelos seguidores estão dúvidas sobre como é a guerra e como fazer para se alistar. Já alguns outros, mais ousados e curiosos, entram em contato direto pedindo vídeos específicos e dão sugestões de conteúdo. Conciliar as missões em campo com a demanda enviada pelos seguidores é um desafio, revelou o jovem. “Alguns dizem ‘Caveira, queria ver isso’. Eu não dou conta de responder todo mundo, eu não tô conseguindo porque é muita gente. Eu faço uma breve avaliação, vejo o que mais eles querem saber aí faço o vídeo”, diz João. Na mesma postagem onde João aparece efetuando os disparos, outro seguidor identificado por Geraldo Mangueira deixa a seguinte sugestão: "Seria legal fazer live man ! Abraço ! Fica com Deus" Voluntário em guerra na Ucrânia diz estar feliz com escolhas Reprodução/@cavera_99 LEIA TAMBÉM Jovem do Sertão de Pernambuco troca oficina mecânica por guerra e mostra cotidiano no front ucraniano: 'muitos não aguentam' Ucrânia faz contraofensiva em Donetsk e trava 'combate intenso' contra tropas russas, diz Zelensky Zelensky anuncia reunião com Trump na próxima semana na ONU Vontade de lutar e as dificuldades do conflito De acordo com João, o interesse em servir na Ucrânia surgiu enquanto ele acompanhava notícias e vídeos sobre o conflito desde o começo, em 2022. Ao g1, o jovem contou que a família ficou apreendida com a decisão de ir para guerra. Ao receberem a notícia, todos ficaram apreensivos. Após quase quatro meses em campo, e com o contato diário com os familiares, as preocupações diminuíram. “Quando disse que fui aprovado, foi pânico total. Mas converso com eles quase diariamente. Estão mais calmos, mas sempre preocupados”. A exaustão física e mental, segundo João, são os principais desafios de viver no conflito. A guerra, explica, não tem rotina: um dia pode significar algumas horas de descanso; no outro, chega uma ordem inesperada de partir para uma nova missão. A tropa em João está integrado tinha 29 brasileiros. Atualmente, restam apenas 11. “Tem gente que surta, entra em pânico, não consegue lutar. Outros fogem. Muitos não aguentam". Os 11 companheiros que não estão mais na brigada fugiram ou se afastaram devido ao comprometimento da saúde mental. Contrato com exército ucraniano Soldado pernambucano conta porque foi servir na guerra da Ucrânia O contrato com o Exército Ucraniano é de três anos e só pode ser rompido legalmente após seis meses. Quem desiste antes precisa fugir para países vizinhos, como Polônia ou Moldávia, e procurar a embaixada brasileira. Deserção pode levar à prisão. A remuneração varia conforme a região de atuação. Em áreas seguras, o salário gira em torno de R$ 6 mil a R$ 7 mil por mês; em zonas de maior risco, conhecidas como “linha zero”, pode chegar a R$ 30 mil. “O salário é pago em duas etapas, bônus e salário base. Mas depende de onde você está”, explicou.

FONTE: https://g1.globo.com/pe/caruaru-regiao/noticia/2025/09/20/video-em-combate-escombros-e-fotos-de-armas-jovem-que-trocou-oficina-por-guerra-diz-estar-feliz-com-a-experiencia.ghtml


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