Técnico do Botafogo, Renato Paiva, destaca importância da recuperação mental no futebol: “É invisível e tu não…”
- 27/04/2025
Botafogo vence Fluminense no Brasileirão Betano
Na noite do último sábado (26), a equipe do Botafogo enfrentou o Fluminense pela sexta rodada do Brasileirão Betano. O duelo teve início às 21h (horário de Brasília), no Estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro.
O Glorioso levou a melhor diante do Tricolor das Laranjeiras, e venceu o confronto com o placar de 2 a 0. Vitinho e Jefferson Savarino foram os responsáveis pelos gols do Fogão.
Renato Paiva projeta importância da recuperação mental no futebol
Em meio a uma maratona de jogos e pouco tempo para treinar, o Botafogo se vê preocupado com mais uma coisa, além da parte física. Depois da vitória contra o Fluminense, o técnico Renato Paiva destacou a importância da recuperação mental.
“Normalmente nós nos concentramos no cansaço físico e o cansaço mais grave e mais perigoso é o cerebral. É aquele periférico. É aquele cansaço que te permite tomar boas ou más decisões, executar boas ou más decisões e o jogo de futebol vive de boas e más decisões e quem acerta mais normalmente ganha. Portanto, esse é o cansaço com o qual nós nos preocupamos muito. É um hábito desta realidade do Brasil e nós temos que em vez de nos queixarmos, podemos pedir que mudem, mas a realidade é esta e portanto nós temos que trabalhar em cima disto. E de fato é fazer recuperar os jogadores de forma, na parte física na parte mental, é gerir a informação que tu tens que passar.”, iniciou.
“E acima de tudo, se tiveres que fazer correções em cima daquilo que nós fazemos, sermos nós mesmos. O adversário é importante, o adversário tem nuances que nós às vezes queremos passar aos jogadores, mas às vezes dentro desse cansaço que eles têm, passar mais informação, imagina um copo cheio, tu ainda vais querer colocar mais informação aqui e não dá. Só vais fazer mal. Então tens que ter, é uma gestão extraordinariamente difícil fazer isto, porque o cansaço físico tu consegues recuperar. Mais gelo, mais alongamento, mais uma corridinha e tal. Não vais ao campo um dia ou dois, tranquilo“, acrescentou Renato Paiva.
Técnico aponta soluções para ajudar na saúde mental
“O mental, porque é invisível e tu não consegues identificá-lo, mas sabes que ele está lá. Sabes que ele está lá. Então é esse tipo de trabalho que nós fazemos, gerindo essa informação, gerindo emoções, porque trabalhar em cima de vitórias é diferente de trabalhar em cima da fase que nós trazíamos, não é? É mais complicado, podem aparecer as dúvidas, podem aparecer as desconfianças e não apareceu nada disso, porque este grupo de fato é fantástico. Mesmo perdendo, eles sabiam porque é que estavam a perder, estava identificadíssimo, eles acreditam neles próprios, nos seus desempenhos, eles acreditam nos colegas, eles acreditam no trabalho que se está a fazer, essa é que é a verdade.”, explicou o comandante do Botafogo.
“Eles quando dizem que compram ideia, que estão a perceber a nossa metodologia, é porque isto não é… eu chego aqui, sento-me e o Botafogo começa a jogar dentro desta das minhas ideias, mesmo que eu não tenha mudado muito. E de fato eles são grandes profissionais nesse aspecto e, como digo, trabalhar em cima de derrotas é mais desgastante, o perigo está aí do descrédito, do não acreditar. A equipe manteve-se serena, entre aspas, revoltada, com resiliência, para combater o que estava a acontecer. E eu também lhes disse, não é novidade, eu estava a sentir que a qualquer momento podia haver uma exibição destas. É para eles voltarem a ser eles mesmos e foi isso que aconteceu. Portanto, gerir de fato as cargas, as viagens e os jogos estão aí e depois ir movendo o elenco como fizemos hoje. Hoje foram cinco mudanças, eu não gosto muito, gostava mais de manter uma espinha dorsal ali, mas está difícil e portanto por exemplo o Gregore e o Marlon Freitas tem estado a jogar os jogos todos, a zaga praticamente os jogos todos, vou mudando os laterais e tenho mais gente que está a trabalhar muito bem, que quer jogar e que merece jogar. Portanto, é essa gestão que nós temos que fazer”, finalizou Paiva.
