Críticas à Copa América Feminina expõem riscos para o Mundial de 2027 no Brasil
- 01/08/2025
Falta de estrutura gera insatisfação
A realização da Copa América Feminina 2025 no Equador tem gerado duras críticas por parte de jogadoras e comissões técnicas. As queixas vão desde gramados malcuidados até vestiários compartilhados, além da baixa presença de público nas arquibancadas.
As denúncias escancararam o despreparo da Conmebol e acenderam o alerta sobre a seriedade da organização do futebol feminino na América do Sul. Especialistas apontam a negligência da Conmebol como principal causa dos problemas enfrentados.
A pesquisadora Leda Maria da Costa, da Uerj, afirmou que a entidade “deixa muito a desejar” e reforçou que, diante de um histórico de desigualdade no futebol feminino, as falhas se tornam ainda mais graves. Segundo ela, o cenário atual deve servir de alerta para o Brasil, que sediará a Copa do Mundo de 2027.
Desigualdade em comparação com a Europa
O contraste entre a Copa América e a Euro Feminina evidencia a disparidade de tratamento entre as confederações. A UEFA aumentou premiações e garantiu transmissões globais, enquanto a Conmebol manteve os valores de 2022 e restringiu a exibição do torneio à América do Sul e aos Estados Unidos.
Além disso, a logística limitada a apenas três estádios comprometeu o conforto e a segurança das atletas. Diversas jogadoras utilizaram suas redes sociais para relatar problemas estruturais. Segundo Heloisa Rios, CEO da Universidade do Futebol, as publicações sobre ônibus precários e gramados ruins são inaceitáveis.
“Mesmo com profissionais extremamente competentes, não há salto de qualidade possível sem um planejamento institucional sério”, declarou, cobrando mudanças imediatas por parte da entidade.
Brasil precisa aprender com os erros
Com a final marcada para este sábado (2), entre Brasil e Colômbia, no Estádio Casa Blanca, o foco também se volta para o futuro. A realização da Copa do Mundo de 2027 no Brasil exigirá organização exemplar, especialmente diante das críticas ao torneio atual. Para especialistas, é urgente que a CBF, em parceria com outras instâncias, comece desde já a estruturar um plano sólido e inclusivo para o maior evento da modalidade.
